'Mentiroso', 'não tá vivendo nessa cidade': secretários de Castro e Paes trocam farpas após invasão armada a hospital no Rio

  • 18/09/2025

Secretários de Castro e Paes trocam farpas após invasão armada a hospital no Rio A invasão de criminosos armados ao Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na madrugada desta quinta-feira (18), escancarou o conflito entre autoridades do estado e do município sobre a segurança nas unidades de saúde do Rio de Janeiro. Milicianos armados com fuzis entraram na unidade para executar um rival, que havia sido internado após ser baleado nove vezes. Os criminosos também invadiram e destruíram a casa dele. Um dos invasores usava colete com a inscrição de uma delegacia especializada no combate ao crime organizado. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Horas após o ataque, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou em entrevista ao vivo que a violência tem afetado gravemente o funcionamento da rede pública de saúde. "É uma situação que está cada vez mais frequente. Só esse ano, 516 unidades de saúde tiveram que interromper funcionamento por conta da segurança pública. A situação da segurança pública está afetando demais o sistema de saúde e o funcionamento das unidades”, disse Soranz ao Bom Dia Rio. Criminosos invadem Hospital Pedro II Reprodução/TV Globo A declaração provocou uma reação imediata do secretário estadual de Segurança Pública, Victor dos Santos, que convocou uma entrevista coletiva para rebater as afirmações. “Acho que a primeira coisa que a gente deve dizer é o seguinte: o secretário Soranz é um mentiroso ao falar que a segurança pública do Rio de Janeiro está um caos, que existe insegurança". "Hoje nós temos os melhores números da série histórica da segurança pública do Rio de Janeiro. Então, ele está mentindo. Esse tipo de mentira causa insegurança à população”, afirmou Santos. LEIA TAMBÉM: Invasão não é caso isolado; relembre outros episódios Secretário diz que milícia controla estacionamento ao lado de hospital ‘Cena de terror’, diz secretário sobre invasão ao Hospital Pedro II RJ registra 67% de aumento em roubos a comércio; furtos e roubos de celular também crescem O secretário estadual também contestou os dados apresentados por Soranz. "Imaginar que existem 516 ocorrências envolvendo hospitais sem segurança pública, isso é uma mentira. Hoje, não temos nem 20% de ocorrências envolvendo hospitais, unidades do município", afirmou Santos. Mais cedo, Soranz havia pedido reforço policial nos hospitais da cidade. "Seria fundamental que a polícia reforçasse a segurança na frente dos principais hospitais da cidade. Isso acontecia com uma presença policial muito maior do que o que a gente tem hoje nos nossos hospitais. É necessário que as forças de segurança tenham uma política pública estruturada pra proteger unidades de alta complexidade", sugeriu o secretário do Rio. Criminosos invadem Hospital Pedro II Reprodução/TV Globo Sem colocar panos quentes no embate, o secretário Victor dos Santos respondeu com críticas à postura da prefeitura. "O secretário tem meu telefone, tenho certeza que tem o telefone de todos os secretários. Não fez nenhuma ligação pra pedir apoio. Consideramos uma irresponsabilidade. Essa declaração dá medo e insegurança na população". "Existe um policial em cada unidade do estado, do município, que existe exatamente pra isso. Foi esse policial de plantão no Hospital Pedro II que acionou a sala de operações do 27º BPM, que propiciou que a equipe viesse reforçar a segurança", explicou Santos. Durante a inauguração de novos setores do Hospital do Andaraí, Soranz voltou a se posicionar sobre a situação da segurança nos hospitais. "A gente tem a notificação exata de cada dia e hora que as unidades reportaram fechamento. Foram 516 fechamentos com hora e dia exato daquela unidade pra fechar". "Se ele não está vendo todo dia uma unidade de saúde sendo fechada por motivo de violência, ele não está vivendo nessa cidade", reforçou Soranz. Hospital Municipal Pedro II e o estacionamento Reprodução/GoogleStreetView A Secretaria Municipal de Saúde enviou ao RJ2 um relatório com 278 páginas detalhando os fechamentos registrados este ano. Contudo, Victor dos Santos também cobrou ações da prefeitura para combater a violência na capital do estado. "Se a prefeitura de alguma maneira quer ajudar a segurança pública, que faça isso colocando os guardas municipais nas unidades hospitalares. Devolvam os policiais cedidos à prefeitura", cobrou. Com a escalada do embate entre os secretários, coube ao prefeito Eduardo Paes tentar adotar um tom mais conciliador. "Nós vamos atender, seja quem for na nossa rede pública, se tiver correndo risco de vida, se precisar de atendimento médico. Mas é óbvio, a gente precisa de uma atenção mais especial pra esses casos de pacientes de alta periculosidade ou que tenham qualquer problema criminal". "O diálogo é permanente. A gente confia na Polícia Militar, na Polícia Civil pra que venham a elucidar quem são esses personagens", disse Paes. A Secretaria Municipal de Saúde informou que continua cobrando medidas da Secretaria Estadual de Segurança Pública sobre o reforço no policiamento na região dos hospitais da capital. O governo do estado, por sua vez, não quis se pronunciar novamente sobre o caso.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/09/18/mentiroso-nao-ta-vivendo-nessa-cidade-secretarios-de-castro-e-paes-trocam-farpas-apos-invasao-armada-a-hospital-no-rio.ghtml


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