Apesar do anúncio da reabertura de leitos, Hospital de Bonsucesso segue com a emergência fechada
Nesta semana, a Controladoria Geral da União divulgou relatórios que indicam risco de desperdício de dinheiro público em outros hospitais federais do Rio. Unidades enfrentam fila e más condições. Apesar do anúncio da reabertura de leitos, Hospital de Bonsucesso segue com a emergência fechada
A reabertura de 100 leitos do Hospital Federal de Bonsucesso anunciada nesta sexta-feira (17) é considerada insuficiente para resolver os problemas da unidade, segundo funcionários. Ainda não foi feita, por exemplo, a reabertura da emergência até 90 dias depois do início da gestão do Grupo Hospitalar Conceição na unidade. A promessa foi feita no início da gestão.
O grupo assumiu a administração do hospital dia 15 de outubro. Nesta sexta, durante a visita da ministra Nísia Trindade à unidade, Gilberto Barichello, diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, prometeu a reabertura da emergência até o fim do mês.
Um dos setores inaugurados na visita da minsitra foi o de cardiologia. Durante a tarde, um vídeo mostrou que o setor foi fechado com chave e cadeado. O setor de neurocirurgia também está fechado.
No censo hospitalar, que centraliza a regulação de vagas da rede pública, todos os leitos de enfermaria para cardiologia continuam bloqueados por falta de médicos. Em áudios, funcionários afirmam que nenhuma promessa do grupo foi cumprida:
Atualmente, o hospital conta com 200 pacientes internados, com taxa de ocupação de 46%. Às 17h, pelo censo hospitalar, havia 224 leitos impedidos dos 412 da unidade. A liberação deve acontecer nos próximos dias.
Filas, más condições e desperdício
A falta de leitos provoca um efeito cascata: 400 pacientes da rede municipal do Rio aguardam vaga para tratamento de alta complexidade.
Mas a quantidade das vagas e de médicos não são os únicos números que dão sinal de alerta na rede federal de Saúde:
Essa semana, a Controladoria Geral da União divulgou relatórios que indicam risco de desperdício de dinheiro público em outros hospitais federais do Rio.
Os técnicos identificaram sobrepreço de quase R$ 20 milhões.
Médicos trazem material para operar
No Hospital da Lagoa, na Zona Sul do Rio, a denúncia é que médicos são obrigados a trazer os materiais para fazer operações.
"A maioria está trabalhando com fios doados. Os médicos trazem doação e a gente não garante a 'esterilidade' nem a eficácia desse fio", afirmou um funcionário.
Outra servidora gravou imagens para demonstrar que o estoque está muito abaixo do necessário. Os fios são utilizados em suturas e considerados essenciais nas cirurgias.
No Hospital dos Servidores, funcionários também denunciaram a falta de insumos básicos.
"No setor cirúrgico onde eu trabalho, a falta principal tem sido de luva estéril. E os insumos caneta de bisturi, gaze e compressa operatória estão vindo em uma quantidade muito reduzida", disse um funcionário em um áudio enviado ao RJ2.FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/01/17/apesar-do-anuncio-da-reabertura-de-leitos-hospital-de-bonsucesso-segue-com-a-emergencia-fechada.ghtml